O tenente-coronel do Exército, Rafael Martins de Oliveira, negou nesta segunda-feira (28) ter recebido dinheiro de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, dentro de uma sacola de vinho. Oliveira, que está preso desde o ano passado, foi interrogado por videoconferência pelo juiz Rafael Tamai, auxiliar do relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). O militar é um dos réus do núcleo 3 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
As investigações apontam que Oliveira estaria envolvido em um plano golpista denominado Punhal Verde-Amarelo, que visava assassinar autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. De acordo com a delação de Mauro Cid, o general Braga Netto, também réu, teria repassado a sacola com dinheiro a Cid, que, por sua vez, a teria entregue a Oliveira para financiar o plano.
Durante o interrogatório, o tenente-coronel contestou a veracidade da delação, afirmando que a acusação se baseia apenas na palavra de Cid, que não teria visto o conteúdo da sacola. Além disso, Oliveira optou por não responder às perguntas da acusação e do juiz, limitando-se a responder apenas aos questionamentos de sua defesa. O interrogatório faz parte de uma série de oitivas que envolvem outros nove militares e um policial federal, todos acusados de planejar ações para implementar o golpe.