O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, do Exército, acusou Mauro Cid, delator na investigação sobre o golpe de Estado, de apresentar uma memória seletiva em relação aos eventos de final de 2022. A declaração foi feita durante seu depoimento na fase de encerramento da instrução criminal, na última segunda-feira, 28, onde Lima afirmou que Cid escolhe quais informações lembrar conforme seus interesses.
Lima, que integra a força especial do Exército, é acusado de fazer parte do núcleo central da ação golpista. A Procuradoria-Geral da República (PGR) o identificou como um dos responsáveis pela Operação "Copa 2022", que visava neutralizar o ministro relator da ação. Durante seu depoimento, o tenente-coronel contestou as afirmações de Cid sobre sua saída antecipada de uma reunião na casa do ex-ministro Walter Braga Netto, onde supostamente foi discutido o plano de golpe.
O militar negou envolvimento no plano denominado "Punhal Verde e Amarelo", que teria como objetivo gerar uma "comoção nacional" para justificar medidas de exceção. Lima criticou a postura de Cid, chamando suas declarações de "ridículas" e "infantis", e reafirmou que não participou de qualquer ação que visasse a tomada do governo. A tensão entre os dois ex-integrantes do governo Bolsonaro se intensifica à medida que as investigações avançam, revelando detalhes sobre a tentativa de golpe.