O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, réu em ação penal sobre tentativa de golpe de Estado, declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o plano encontrado pela Polícia Federal em sua residência, que incluía sugestões de prisão de ministros e anulação das eleições, era apenas um exercício hipotético de inteligência militar. A declaração foi feita durante seu interrogatório na Primeira Turma do STF nesta segunda-feira (28).
Ferreira Lima, que atua na 6ª Divisão do Exército em Porto Alegre (RS), explicou que o documento denominado "Desenho Operacional Luneta" foi uma simulação interna, elaborada em resposta à possibilidade de fraudes eleitorais. Ele destacou que a proposta nunca foi aprovada por seus superiores e foi descartada por ordem do chefe de inteligência da divisão.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) discorda da interpretação do militar, considerando que o material encontrado indica planejamento para uma ruptura institucional. A denúncia contra Ferreira Lima alega que ele fazia parte do núcleo operacional da trama, atuando em conjunto com outros oficiais e civis ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante a sessão, outros nove réus também foram ouvidos, e a discussão incluiu questões sobre o uso de fardas durante os depoimentos, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes.