O Supremo Tribunal Federal (STF) finalizou nesta segunda-feira (28) o interrogatório de dez réus acusados de integrar uma organização criminosa que tentou realizar um golpe de Estado em 2022. Entre os interrogados, destaca-se o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que reconheceu que a inteligência do Exército elaborou um plano para prender ministros preventivamente.
Os depoimentos foram colhidos de membros do núcleo 3, composto majoritariamente por militares das forças especiais, incluindo generais e tenentes-coronéis. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que esses indivíduos participaram da criação de ações coercitivas para monitorar e atacar autoridades públicas, com um plano específico denominado "Punhal Verde e Amarelo", que visava o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin, previsto para ocorrer em 15 de dezembro de 2022.
Com o término dos interrogatórios, o processo avança para a fase final da instrução criminal. A acusação e a defesa terão cinco dias para solicitar diligências adicionais, que serão analisadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Após essa etapa, será aberto um prazo de 15 dias para as alegações finais das partes envolvidas.
Uma vez concluídas as etapas formais, o processo estará pronto para julgamento pela Primeira Turma do STF, que decidirá sobre a condenação ou absolvição dos réus. Em caso de condenação, o tribunal determinará as penas individuais, enquanto a absolvição resultará no arquivamento do processo, com possibilidade de recurso em ambas as situações.