O técnico da seleção brasileira de futebol, Carlo Ancelotti, foi condenado a um ano de prisão por fraude fiscal na Espanha, conforme decisão da 30ª Seção da Audiência Provincial de Madri, nesta quarta-feira. Além da pena de prisão, Ancelotti também foi multado em 386.361,93 euros, o que equivale a cerca de R$ 2,4 milhões. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o treinador ainda não se pronunciaram sobre a condenação.
A acusação refere-se ao não pagamento de impostos durante o ano fiscal de 2014, quando Ancelotti esteve à frente do Real Madrid. Ele também enfrentou uma denúncia similar para o ano de 2015, mas foi absolvido. A Justiça espanhola ainda não se manifestou sobre a execução da pena, que impede o treinador de receber auxílios ou subsídios públicos na Espanha por três anos.
Durante o julgamento, realizado em abril, Ancelotti defendeu-se afirmando que nunca teve a intenção de fraudar o Fisco e que seguiu as orientações do clube e de seus consultores. Ele alegou que a gestão de seus salários, que incluíam direitos de imagem, estava sob responsabilidade de um consultor britânico. O Ministério Público havia solicitado uma pena ainda mais severa, de quatro anos e nove meses de prisão, além de uma multa de 3,2 milhões de euros.
Ancelotti, que assumiu a seleção brasileira para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, já havia trabalhado no Real Madrid em dois períodos distintos, entre 2013 e 2015 e, mais recentemente, entre 2021 e 2025. O caso destaca a crescente atenção sobre questões de compliance fiscal entre figuras públicas no esporte.