Uma inovadora técnica de fertilização em laboratório que utiliza o DNA de três doadores resultou no nascimento de oito bebês saudáveis e livres de doenças hereditárias na Inglaterra. A pesquisa, publicada no "New England Journal of Medicine", destaca a importância desse método pioneiro, que foi desenvolvido na Universidade de Newcastle e aprovado pelo Parlamento britânico em 2015.
O procedimento consiste em fertilizar o óvulo da mãe com o espermatozoide do pai, formando um embrião com o DNA dos dois. No entanto, como a mãe é portadora de uma mutação genética que pode causar doenças graves, os cientistas também fertilizam um óvulo de uma doadora. O núcleo do embrião da mãe é então transferido para o óvulo da doadora, resultando em um embrião com o DNA dos pais e mitocôndrias saudáveis da doadora.
Dos 22 casais que participaram do tratamento, nasceram quatro meninos e quatro meninas, com idades variando de 4 meses a 2 anos. Embora a técnica tenha gerado esperança para muitas famílias, ela também suscita debates éticos, pois as alterações genéticas são permanentes e podem ser transmitidas para futuras gerações.
Os defensores do método argumentam que ele pode erradicar doenças hereditárias devastadoras, enquanto críticos alertam para os riscos de uma possível "edição genética". Apesar das controvérsias, as mães que conseguiram ter filhos saudáveis por meio dessa técnica expressam sua gratidão à ciência por oferecer uma nova chance de vida a seus bebês.