Uma inovadora técnica de fertilização em laboratório, que utiliza material genético de três pessoas, resultou no nascimento de oito bebês saudáveis e livres de doenças hereditárias na Inglaterra. A pesquisa, publicada no prestigiado "New England Journal of Medicine", detalha o processo que combina o DNA dos pais com mitocôndrias saudáveis de uma doadora, permitindo a concepção de crianças sem riscos genéticos graves.
O procedimento foi realizado por cientistas da Universidade de Newcastle, que, em 2015, se tornaram pioneiros ao obter aprovação do Parlamento britânico para a utilização dessa técnica. Dos 22 casais que participaram do tratamento, quatro meninos e quatro meninas nasceram, com idades variando de 4 meses a 2 anos. Uma gestação adicional ainda está em andamento.
Embora a técnica represente um avanço significativo na luta contra doenças hereditárias, ela também suscita debates éticos, uma vez que as alterações genéticas são permanentes e podem ser transmitidas para futuras gerações. Defensores do método argumentam que ele pode erradicar doenças devastadoras, enquanto críticos alertam para os riscos de uma possível "edição genética".
A discussão sobre o uso dessa tecnologia teve início em 2007, após a morte de uma bebê chamada Lily, que trouxe à tona a necessidade de novas abordagens para doenças genéticas. As mães que conseguiram ter filhos saudáveis por meio desse método expressam sua gratidão à ciência por possibilitar a realização de seus sonhos familiares.