Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que, entre 2016 e 2025, foram pagos R$ 4,4 bilhões a pessoas já falecidas. O montante abrange benefícios previdenciários, trabalhistas, folha de pagamento de servidores ativos e auxílios assistenciais, como o Bolsa Família. O ministro Jorge Oliveira, relator do caso, destacou que o valor inicial de R$ 2,7 bilhões foi atualizado para R$ 4,4 bilhões até fevereiro de 2025.
O relatório do TCU identificou falhas significativas no Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), que não registrou aproximadamente 13,1 milhões de óbitos, permitindo assim pagamentos indevidos. Em fevereiro de 2025, foram pagos R$ 21,2 milhões em benefícios previdenciários a mais de 11 mil pessoas com registro de óbito, além de R$ 3,6 milhões a 650 servidores da administração pública federal com indícios de falecimento.
O TCU recomendou a regularização do banco de dados do Sirc e a integração das informações com outras bases públicas. O ministro Bruno Dantas classificou os valores como "alarmantes" e ressaltou a necessidade de um sistema mais eficiente, onde uma certidão de óbito comunique imediatamente o INSS para cessar pagamentos. Além disso, foram identificadas falhas nos pagamentos do Bolsa Família, com R$ 580 mil pagos a 971 pessoas falecidas em fevereiro de 2025.