O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou indícios de irregularidades no uso de recursos públicos durante a estadia do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. A recomendação para uma apuração mais aprofundada foi emitida pela diretoria responsável pela fiscalização dos poderes Legislativo e Judiciário do TCU e validada pela chefia de auditorias. O ministro relator do processo, Benjamin Zymler, deverá decidir se acata a sugestão e solicita à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados que investigue as possíveis irregularidades.
A investigação teve início após uma representação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que alegou que Eduardo Bolsonaro estaria realizando articulações políticas nos EUA que poderiam comprometer a soberania nacional brasileira. Para fundamentar a recomendação, o TCU analisou as ausências do parlamentar no plenário da Câmara, constatando que, das cinco faltas registradas, apenas uma foi justificada.
As justificativas apresentadas por Eduardo Bolsonaro incluíram uma licença para tratamento de saúde e outra para tratar de interesses particulares. Contudo, o TCU observou que não há evidências de que o desconto na remuneração do deputado tenha sido aplicado, conforme exige a norma da Câmara para faltas não justificadas. Caso as irregularidades sejam confirmadas, o tribunal estima que os prejuízos aos cofres públicos possam chegar a R$ 120 mil.