As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) apresentaram leves altas nesta sexta-feira, 4 de julho, em um dia marcado pela ausência de referências dos Treasuries devido ao feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos. O mercado financeiro brasileiro monitorou atentamente os desdobramentos da disputa entre o governo e o Congresso sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), especialmente após a intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF). No final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2027 foi registrada em 14,18%, um leve aumento em relação ao ajuste anterior de 14,136%. Para janeiro de 2028, a taxa subiu para 13,405%, ante 13,348% da sessão anterior.
A decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que suspendeu os efeitos dos decretos presidenciais que aumentaram as alíquotas do IOF, trouxe um novo elemento à discussão. Moraes convocou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho, envolvendo representantes do governo, da Câmara, do Senado e da Procuradoria-Geral da República (PGR). A medida visa buscar um entendimento entre as partes, embora analistas como Matheus Spiess, da Empiricus Research, alertem que a paz entre governo e Congresso ainda é uma meta difícil de alcançar.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, destacou que a decisão de Moraes reflete o desejo da maioria dos parlamentares em evitar o aumento do IOF, ao mesmo tempo em que defendeu cortes de gastos que não afetem os mais pobres. Motta também se comprometeu a apoiar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$5 mil, uma proposta do governo. No cenário econômico, a curva de juros brasileira indicava quase 100% de chances de manutenção da Selic em 15% até o fim de julho, enquanto o Índice de Preços ao Produtor, divulgado pelo IBGE, registrou uma queda de 1,29% em maio, após uma redução de 0,12% em abril.