As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam a quinta-feira, 19 de outubro, em alta, especialmente nos vencimentos mais longos. O movimento ocorre em meio ao aumento dos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos e à crescente preocupação de que o Brasil não consiga firmar um acordo comercial com os EUA, o que poderia resultar em medidas retaliatórias e agravar a crise entre os dois países.
No final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2027 subiu para 14,235%, em comparação ao ajuste anterior de 14,22%. Já a taxa para janeiro de 2028 registrou 13,58%, um aumento de 4 pontos-base em relação ao ajuste de 13,542%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 alcançou 13,79%, enquanto a de janeiro de 2033 subiu para 13,91%, um aumento de 9 pontos-base.
O otimismo em torno das negociações comerciais dos EUA com outros parceiros, como o Japão e a União Europeia, contribuiu para a alta dos rendimentos dos Treasuries pela manhã. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) manteve sua taxa de referência em 2% ao ano, indicando que está preparado para observar o cenário econômico.
Durante a tarde, comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um evento em Minas Gerais também influenciaram o mercado, gerando receios sobre a disposição do Brasil em intensificar a pressão caso não haja um acordo com os EUA. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que um plano de contingência será apresentado na próxima semana, com mais de 10 mil empresas brasileiras potencialmente afetadas pela tarifa de 50% imposta por Donald Trump.