As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) no Brasil apresentaram volatilidade nesta sexta-feira, 20 de outubro, influenciadas pelas preocupações em torno da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Durante a manhã, as taxas se mantiveram em alta, mas ao longo da tarde, os investidores começaram a realizar lucros, levando os índices a se aproximarem dos níveis da sessão anterior. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 14,325%, ligeiramente acima do ajuste anterior de 14,302%.
O dólar também refletiu essa instabilidade, flutuando em torno de R$ 5,60 pela manhã, mas estabilizando-se à tarde. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou sua intenção de buscar soluções diplomáticas para evitar a imposição da tarifa, embora tenha alertado que, se necessário, o Brasil adotará medidas de reciprocidade. No cenário internacional, o presidente dos EUA, Donald Trump, mencionou que poderia discutir a questão tarifária com Lula em um futuro próximo, mas não estabeleceu um prazo para isso.
Os rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos subiram significativamente, enquanto no Brasil as taxas dos DIs atingiram picos no início da manhã, com a taxa para janeiro de 2028 alcançando 13,715%. No entanto, a aversão ao risco provocada pela guerra tarifária levou a uma correção nas taxas, que voltaram a níveis mais baixos. Apesar das incertezas inflacionárias, o mercado manteve a expectativa de que a taxa Selic permaneça em 15% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, com 97% de chances de manutenção.
Às 16h32, o rendimento do Treasury de dez anos subia 8 pontos-base, alcançando 4,425%, refletindo a tensão nos mercados globais. O cenário continua incerto, com investidores atentos às movimentações tarifárias e suas possíveis repercussões na economia brasileira.