As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) apresentaram uma queda significativa na terça-feira, 1º de agosto, com reduções superiores a 15 pontos-base em alguns vencimentos. O movimento ocorre em meio às tentativas do governo Lula de negociar a exclusão de setores específicos do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 14,165%, enquanto a de janeiro de 2028 registrou 13,475%.
O otimismo no mercado é impulsionado pela expectativa de que o governo brasileiro consiga uma isenção ou redução das tarifas antes do início da cobrança, previsto para esta sexta-feira. O Brasil solicitou a exclusão de setores como alimentos e a fabricante de aeronaves Embraer das tarifas, conforme confirmado por uma fonte envolvida nas negociações. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, indicou que produtos naturais, como café e cacau, poderiam ser isentos, dependendo de acordos comerciais.
Além disso, a forte queda nos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos também contribuiu para a diminuição das taxas dos DIs. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as negociações com os EUA estão progredindo, embora a ministra do Planejamento, Simone Tebet, tenha ressaltado que os Estados Unidos não estão dispostos a negociar no momento.
Apesar da queda nas taxas, o mercado continua a prever a manutenção da taxa Selic em 15% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com 95% de probabilidade, enquanto as opções de Copom na B3 indicam 96,17% de chances de estabilidade, em contraste com 2,85% de probabilidade de um aumento de 25 pontos-base.