As taxas dos títulos públicos brasileiros registraram alta nesta quinta-feira (17), especialmente nos vencimentos intermediários e longos. O aumento reflete as incertezas geradas pelos atritos entre o governo e o Legislativo, que superaram a expectativa de cumprimento da meta fiscal após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Às 9h30, o Tesouro IPCA+ 2045 com juros semestrais apresentava uma taxa de 7,33% ao ano, em comparação aos 7,24% do dia anterior. O Tesouro Prefixado 2035 subiu para 14,22%, enquanto o Tesouro IPCA+ 2029 alcançou 7,89%. A decisão de Moraes restabeleceu um decreto presidencial que aumentou o IOF com efeitos retroativos, gerando preocupações entre especialistas sobre os impactos no planejamento de empresas e investidores.
O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, destacou que a alteração retroativa do imposto pode afetar o comportamento futuro dos agentes econômicos. Além disso, a reativação do IOF ocorre em um contexto de tensões institucionais, com o presidente Lula vetando um projeto que ampliava o número de deputados, o que pode gerar novas disputas no Congresso.
No cenário internacional, investidores estão atentos às ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Lula deve se pronunciar sobre o assunto ainda nesta quinta-feira. Em meio a esse cenário, uma nova pesquisa Genial/Quaest indica que Lula lidera em todos os cenários simulados para as eleições de 2026, refletindo uma leve recuperação na avaliação do governo, impulsionada pelo embate com Trump.