As taxas dos títulos públicos brasileiros apresentaram alta significativa após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma tarifa de 50% sobre as importações de produtos do Brasil. O comunicado foi feito na quarta-feira (9), gerando preocupações entre investidores de renda fixa sobre possíveis impactos na economia, como desaceleração e aumento da inflação. A rentabilidade anual do Tesouro Prefixado 2032, que era de 13,60%, subiu para 13,74% até o fechamento da última sexta-feira, enquanto o Tesouro Prefixado 2028 passou de 13,39% para 13,57%. No Tesouro IPCA+, o juro real do papel com vencimento em 2029 aumentou de 7,61% para 7,78%.
A alta nas taxas de juros provoca uma desvalorização dos papéis com remuneração anterior, levando os investidores a reavaliar suas carteiras. Especialistas recomendam cautela e sugerem que os investidores considerem opções de renda fixa pós-fixadas, que oferecem maior liquidez e proteção contra a volatilidade do mercado. A XP, por exemplo, destaca que esses ativos são uma boa alternativa para objetivos de curto prazo, especialmente com a Selic em 15% ao ano.
Os planejadores financeiros Anderson Kuntzler e Jeff Patzlaff concordam que a busca por pós-fixados é uma estratégia prudente em um cenário de incertezas. Kuntzler ressalta que esses ativos permitem que os investidores não fiquem presos a taxas que podem ser revistos para cima, enquanto Patzlaff sugere a alocação em CDBs, Tesouro Selic, LCIs e LCAs, que oferecem boa relação entre risco e retorno. Ambos destacam a importância de manter uma parte significativa do portfólio em pós-fixados para se proteger contra a inflação e aproveitar oportunidades futuras.