A curva a termo do Brasil apresentou oscilações na sessão de quinta-feira, 24 de outubro, com a maioria dos vértices em alta, exceto os de curto prazo. O movimento foi influenciado pelo aumento global das taxas de juros, especialmente após um leilão de títulos de 40 anos no Japão, que teve demanda fraca. A iminente tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a ser implementada em breve pelos Estados Unidos, também contribui para a cautela nos mercados locais.
Ao final do pregão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 caiu de 14,942% para 14,930%. O DI de janeiro de 2027 também apresentou queda, passando de 14,218% para 14,200%. Em contrapartida, o DI de janeiro de 2031 subiu de 13,72% para 13,770%, refletindo a pressão externa sobre as taxas brasileiras.
Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, destacou que a alta das taxas no Brasil segue a tendência global, com dados dos Estados Unidos indicando uma economia ainda robusta. Os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 217 mil, abaixo das expectativas, e o índice de gerentes de compras do setor de serviços subiu para 55,2, o maior em sete meses. A decisão do Federal Reserve sobre a política monetária será anunciada na próxima quarta-feira, coincidindo com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro.
Borsoi também mencionou fatores locais que moderaram a alta das taxas, como a expectativa de que as tarifas americanas possam ter um efeito desinflacionário e dados positivos de arrecadação em junho. Além disso, a não prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro aliviou a pressão política de curto prazo. Apesar do cenário geopolítico desafiador, Borsoi expressou surpresa com a moderação das taxas, que poderiam ter sido mais severas diante das incertezas atuais.