As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam sem direção única e próximas da estabilidade nesta quarta-feira, 25 de outubro de 2023, em meio à cautela dos investidores diante de incertezas tanto no cenário doméstico quanto externo. No final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2027 foi registrada em 14,16%, ligeiramente abaixo do ajuste anterior de 14,177%. Para janeiro de 2028, a taxa foi de 13,425%, em comparação ao ajuste de 13,421%.
Os investidores estavam atentos às novas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se tornaram o principal foco da semana. Após anunciar a intenção de impor novas tarifas sobre produtos como cobre e semicondutores, Trump gerou expectativa no mercado. No entanto, até o meio da tarde, apenas uma nova série de cartas sobre tarifas para sete países foi divulgada, sem grandes movimentações nos mercados globais, incluindo os DIs.
Trump também mencionou a possibilidade de anunciar uma tarifa sobre o Brasil, o que provocou uma leve alta do dólar em relação ao real, mas não teve impacto significativo nos juros futuros. Leonel Mattos, analista da StoneX, destacou que os investidores permanecem céticos quanto à efetividade das novas tarifas como uma medida de longo prazo, considerando-as mais como uma estratégia de negociação.
No cenário interno, o impasse sobre a tentativa do governo de aumentar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) voltou a ser discutido, sem uma definição clara após reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os presidentes do Congresso. Além disso, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, alertou para a inflação acima da meta durante audiência na Câmara dos Deputados. O feriado em São Paulo, em celebração à Revolução Constitucionalista de 1932, também contribuiu para a baixa liquidez nos mercados.