As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a sessão de segunda-feira, 23 de outubro, em território negativo, refletindo a queda do dólar em relação ao real e a diminuição dos rendimentos dos Treasuries. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 14,32%, abaixo do ajuste anterior de 14,379%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 registrou 13,66%, uma redução de 7 pontos-base em relação ao fechamento anterior.
Durante a manhã, as taxas curtas mantiveram-se estáveis, enquanto as longas apresentaram leve alta, evidenciando a cautela do mercado diante das tensões comerciais entre os Estados Unidos e o Brasil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à CBN, reafirmou a intenção de negociar com Washington, mas alertou para a possibilidade de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, sem resposta das autoridades norte-americanas.
A situação é agravada pela exigência do presidente dos EUA, Donald Trump, que condiciona negociações ao fim do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Na última sexta-feira, os EUA impuseram restrições de vistos a autoridades do Judiciário brasileiro, citando preocupações com os processos legais contra o ex-presidente. Investidores permanecem atentos a novas ações dos EUA que possam impactar o câmbio, a inflação e a taxa de juros no Brasil.
Com a curva de juros indicando a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, a precificação das opções de Copom na B3 apontava 92,05% de chances de estabilidade, em contraste com apenas 5% de probabilidade de um aumento de 25 pontos-base. O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, destacou a importância da taxa de câmbio para a economia brasileira, enfatizando que uma desvalorização significativa poderia alterar a trajetória da inflação e da Selic.