O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, analisou nesta segunda-feira (21) os impactos da nova taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelos Estados Unidos, destacando os reflexos para Goiás e o agronegócio nacional. Schreiner classificou a medida como "extremamente forte", gerando temor entre os setores exportadores, especialmente de carnes e açúcar de cana, que são cruciais para a economia goiana.
De acordo com Schreiner, 61% das exportações goianas para os EUA são de carne, um mercado que, embora lucrativo, já sente os efeitos da queda na "arroba do boi". Ele alertou que o impacto da nova tarifa pode resultar em uma redução de até 0,4% no crescimento do PIB brasileiro. O presidente da Faeg descreveu a situação como um "jogo do perde-perde", afetando tanto consumidores americanos quanto importadores brasileiros de máquinas e fertilizantes.
Schreiner enfatizou que a reversão da tarifa depende de uma "diplomacia brasileira firme" e criticou a postura do governo, que já considera a taxação como uma realidade. Ele defendeu que a ideologia não deve prevalecer nas negociações e lamentou a polarização política no Brasil, que, segundo ele, afeta a capacidade de diálogo. Além disso, abordou questões sobre licenciamento ambiental, ressaltando que a nova legislação não se limita ao agronegócio, mas abrange todos os setores, e destacou a importância do setor para a economia nacional e a segurança alimentar global.