A taxa média de juros no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá alcançar 12,25%, conforme estimativas da MoneYou, divulgadas ao Poder360. Este índice representa o segundo maior patamar de juros em governos do século XXI, superado apenas pelo primeiro mandato de Lula, que registrou uma média de 18,3% entre 2003 e 2006.
Durante o segundo mandato de Lula, a taxa média da Selic caiu para 11,8%, enquanto o governo de Jair Bolsonaro (PL) viu os juros básicos despencarem para 2,0% em resposta à pandemia de covid-19. Para o atual mandato, a MoneYou projeta uma média de juros reais de 7,65% ao ano, o maior desde o primeiro mandato de Lula, quando a taxa foi de 11,2%.
A inflação no Brasil, por sua vez, deve se manter em níveis mais baixos, com uma projeção de 4,9% ao ano ao final do governo Lula, comparada a 5,5% sob Bolsonaro. Em setembro de 2026, mês anterior às próximas eleições, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a Selic para 13,00%, o que ainda será o quarto maior patamar em anos eleitorais.
O economista Jason Vieira, da MoneYou, destacou que a transmissão da política monetária enfrenta dificuldades, o que pode exigir um aumento mais acentuado da Selic para alcançar os efeitos desejados. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também mencionou que subsídios cruzados estão distorcendo a eficácia da Selic, complicando a luta contra a inflação e aumentando a necessidade de juros elevados para compensar a fraqueza da política monetária.