Entre 2018 e 2022, a taxa de participação na força de trabalho de jovens chineses de 16 a 34 anos caiu de 93,3% para 86,1%, conforme estudo da pesquisadora Su Lifeng, da Universidade de Economia e Negócios Internacionais de Pequim. No mesmo período, a proporção de jovens considerados NEETs (não estão em educação, emprego ou treinamento) aumentou de 11,5% para 16,1%, refletindo uma preocupação crescente com a subutilização do capital humano jovem no país.
Su Lifeng alerta que essa tendência, que inicialmente parecia pontual, está se transformando em um problema generalizado, com potencial impacto negativo no crescimento econômico e na estabilidade social. A pesquisadora destaca que a taxa de NEETs oferece uma visão mais abrangente do desengajamento juvenil do que os índices de desemprego tradicionais, que não consideram aqueles que desistiram de buscar trabalho.
O relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2024 revela que a taxa global de jovens NEETs varia entre 20% e 23% desde 2005, com 256 milhões de jovens de 15 a 24 anos nessa categoria no último ano. Na China, a situação é agravada pelo aumento de jovens que abandonam a força de trabalho, impulsionados por um pessimismo em relação às oportunidades de emprego e renda.
Além disso, a pesquisa aponta disparidades significativas entre gêneros e regiões, com a taxa de NEETs entre mulheres jovens alcançando 22,7% em 2022, cerca de 10 pontos percentuais a mais que a dos homens. Su Lifeng sugere que a solução para esse desafio requer reformas estruturais nas políticas de emprego, visando tornar os serviços públicos mais acessíveis e direcionados às necessidades do mercado.