A taxa média de juros do crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada alcançou 55,59% ao ano em maio de 2023, um aumento de 14,73 pontos percentuais em relação a fevereiro, antes do lançamento do programa Crédito do Trabalhador, que visa reduzir os juros. Dados do Banco Central indicam que, em junho, a Caixa Econômica Federal oferecia a menor taxa entre os grandes bancos, com 28,09% ao ano, enquanto o Banco do Brasil cobrava 45,41%. As taxas podem chegar a até 122,19% ao ano, conforme revelado por instituições financeiras como a Valor S/A Sociedade de Crédito.
O Crédito do Trabalhador permite que brasileiros com carteira assinada utilizem até 10% do saldo do FGTS como garantia para operações de crédito consignado, além da multa rescisória em caso de demissão sem justa causa. As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento, facilitando o acesso ao crédito, conforme afirmado pelo governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a proposta poderia reduzir os juros pela metade, enquanto o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, esperava taxas semelhantes às aplicadas a aposentados e servidores públicos.
Após o anúncio do programa, as concessões de crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada aumentaram significativamente, passando de R$ 1,57 bilhão em fevereiro para R$ 5,60 bilhões em abril. Embora tenha havido uma queda em maio, o volume ainda representa quase o triplo do que foi concedido anteriormente. O Ministério do Trabalho e Emprego também observou uma redução nas concessões do rotativo do cartão de crédito, indicando que o novo consignado está sendo utilizado para migrar dívidas mais caras.
Até 17 de junho, 62,6% das operações do Crédito do Trabalhador foram realizadas por trabalhadores com renda de até 4 salários mínimos, totalizando cerca de R$ 7 bilhões contratados entre 21 de março e 9 de junho. O programa já acumula R$ 15,9 bilhões em contratações, beneficiando mais de 2,6 milhões de trabalhadores, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego.