Os Estados Unidos impuseram uma taxa de 50% sobre as exportações de suco de laranja do Brasil, gerando preocupação no setor. O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a medida em meio a uma crise na produção de suco nos EUA, que enfrenta desafios como a doença greening e condições climáticas adversas. Atualmente, 41,7% do suco consumido nos EUA é proveniente do Brasil, o que representa quase metade dos 3 milhões de litros consumidos anualmente no país.
Ibiapaba Netto, diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), destacou que, apesar da dependência dos EUA em relação ao suco brasileiro, a alta taxa pode levar os consumidores a optarem por alternativas mais baratas, como refrigerantes e água saborizada. O impacto financeiro para o Brasil pode ser significativo, com perdas estimadas em R$ 1,1 bilhão por ano, segundo a Consultoria Cogo.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que está em diálogo com representantes do setor para explorar novos mercados, mas Netto acredita que a substituição do mercado norte-americano é difícil. A produção de suco de laranja no Brasil deve crescer 8% na safra 2025/2026, o que pode ajudar a recuperar estoques, mas a dependência dos EUA ainda é uma preocupação central para os exportadores brasileiros.