A tartaruga-cabeçuda Jorge, que passou mais de 40 anos em cativeiro na Argentina, foi avistada nadando nas águas da Baía de Guanabara na última semana. O animal, que foi libertado em 11 de abril de 2023, em Mar del Plata, após um extenso processo de readaptação, é monitorado por uma equipe do Projeto Aruanã, patrocinado pela Petrobras, que recebe dados de localização via satélite.
Jorge, com aproximadamente 60 anos e 130 quilos, é considerado a tartaruga marinha que mais tempo ficou em cativeiro no mundo. Nascido na Bahia, ele foi resgatado em 1984 após ficar preso em uma rede de pesca na Argentina. Sua libertação foi resultado de uma ação judicial promovida por advogados ambientais, que pressionaram por sua reintegração ao habitat natural.
O monitoramento de Jorge é realizado em colaboração com a pesquisadora argentina Laura Prosdocimi e uma equipe multidisciplinar de instituições argentinas. Apesar dos riscos presentes na Baía de Guanabara, como poluição e tráfego de embarcações, a região também oferece abrigo e alimento, o que pode beneficiar a tartaruga em sua nova fase de vida. A jornada de Jorge representa um marco importante para a conservação das tartarugas marinhas, cuja espécie está ameaçada de extinção.