Uma nova rodada de tarifas de importação anunciada pelos Estados Unidos, que entrará em vigor na próxima sexta-feira, 1º de agosto, pode impactar severamente a economia de diversos estados brasileiros, com um prejuízo potencial superior a R$ 19 bilhões, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A medida, considerada agressiva e protecionista, afetará principalmente regiões com forte dependência comercial do mercado norte-americano.
Os estados mais expostos à nova guerra tarifária são Ceará, Espírito Santo e Paraíba, que destinam entre 20% e 45% de suas exportações aos Estados Unidos. Outros 11 estados também têm entre 10% e 20% das vendas externas voltadas para o mercado americano. O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que o aumento das tarifas traz impactos significativos para a economia nacional, penalizando setores produtivos estratégicos e comprometendo a competitividade das exportações brasileiras.
O Ceará, com 44,9% de suas exportações para os EUA, pode sofrer perdas de R$ 190 milhões, enquanto o Espírito Santo, que exportou US$ 3,1 bilhões, pode enfrentar um prejuízo de R$ 605 milhões. A Paraíba, com 21,6% de suas exportações destinadas aos EUA, estima um impacto de R$ 101 milhões. Em São Paulo, o maior exportador do país, as perdas podem ultrapassar R$ 4,4 bilhões, representando 0,13% do PIB paulista.
Embora estados do Norte e Nordeste sejam mais dependentes do mercado americano, as perdas financeiras mais significativas ocorrerão nas regiões Sul e Sudeste, que possuem maior volume de exportações. O Rio Grande do Sul, por exemplo, pode ter uma perda de R$ 1,91 bilhão, enquanto o Paraná e Santa Catarina também enfrentam prejuízos estimados em R$ 1,91 bilhão e R$ 1,7 bilhão, respectivamente. Minas Gerais, com exportações de US$ 4,6 bilhões, pode perder R$ 1,6 bilhão, impactando 0,15% do PIB estadual.