Na quarta-feira, 9 de outubro, os Estados Unidos anunciaram a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, gerando discussões entre analistas e instituições financeiras sobre os impactos no setor de petróleo e gás. Embora a lista de produtos afetados ainda não tenha sido divulgada, o mercado já começa a avaliar as consequências diretas e indiretas dessa medida.
O Bradesco BBI informou que a maioria das empresas brasileiras do setor não deve enfrentar impactos diretos significativos, devido à baixa dependência das exportações para os EUA. A exceção é a PRIO (PRIO3), que obtém 13% de sua receita do mercado norte-americano, mas ainda há incertezas sobre a inclusão do petróleo bruto nas tarifas. Caso o insumo não seja tarifado, a empresa poderá redirecionar sua produção para outros mercados, embora isso possa envolver concessões de preços.
A XP Investimentos também considera que os efeitos diretos serão limitados, destacando que as exportações de petróleo para os EUA representam apenas 13% do total brasileiro. No entanto, a corretora alerta para possíveis efeitos indiretos, especialmente se o Brasil retaliar com tarifas sobre produtos norte-americanos, o que poderia pressionar a inflação interna e impactar a curva de juros. Isso afetaria empresas expostas ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), como Cosan (CSAN3) e Vibra (VBBR3).
Além disso, a XP observa que a Braskem (BRKM5) pode se beneficiar com a imposição de tarifas, ganhando participação no mercado interno de resinas plásticas. No entanto, a empresa precisará ajustar sua cadeia de suprimentos, já que parte de sua produção depende da importação de nafta. Por fim, as distribuidoras de combustíveis poderão enfrentar desafios logísticos caso busquem alternativas de importação, como diesel de origem russa, em resposta às tarifas dos EUA.