A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) manifestou preocupação em nota sobre a decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, afetando diretamente a tilapicultura. O mercado norte-americano é o principal destino das exportações brasileiras de peixes, representando 89% do volume exportado em 2024, totalizando US$ 52,2 milhões. A entidade destaca que a medida pode comprometer a cadeia produtiva, que abrange 237.669 estabelecimentos e gera mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos no Brasil.
Simultaneamente, a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) também alertou sobre o impacto da tarifa sobre os produtos de cacau. Em 2024, as exportações de derivados de cacau para os EUA representaram 18% do total brasileiro, com um fluxo comercial que já alcançou US$ 64,8 milhões no primeiro semestre de 2025. A AIPC enfatiza que a nova tarifa chega em um momento crítico, quando o setor ainda se recupera de quebras de safras e enfrenta altos preços internacionais.
A presidente executiva da AIPC, Anna Paula Losi, ressaltou que a imposição da tarifa não apenas prejudica a competitividade, mas também pode desestabilizar o regime de Drawback, que isenta tributos sobre insumos importados para exportação. A entidade pede uma resposta coordenada entre os governos brasileiro e norte-americano para mitigar os impactos e preservar os canais de exportação essenciais para a indústria.
Ambas as associações destacam a necessidade de ação rápida do governo federal para restabelecer o diálogo com os EUA, visando proteger a economia e garantir a continuidade das operações nas cadeias produtivas de peixes e cacau no Brasil.