Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que as tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem reduzir em 0,16% o PIB do Brasil e da China, além de provocar uma queda de 0,12% na economia global. A pesquisa, baseada em dados de fontes oficiais, estima que o comércio mundial pode retrair em US$ 483 bilhões, com o Brasil enfrentando uma perda de R$ 52 bilhões em exportações e a perda de 110 mil empregos.
As tarifas afetam diretamente setores cruciais da economia brasileira, como tratores e máquinas agrícolas, que podem ver uma queda de 11,31% nas exportações, e o setor de aeronaves, que pode sofrer uma redução de 22,33%. Os estados mais impactados incluem São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, com perdas significativas em seus PIBs.
Ricardo Alban, presidente da CNI, destacou que a situação é preocupante, uma vez que os EUA são o principal mercado para a indústria brasileira. Ele enfatizou a necessidade de avançar nas negociações para mitigar os efeitos adversos das tarifas. O estudo também aponta que os EUA são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, representando 12% das exportações brasileiras e 16% das importações, com um superávit consistente nos últimos dez anos.
Além disso, o Brasil aplica uma tarifa média de 2,7% sobre produtos americanos, enquanto os EUA mantêm um superávit de US$ 43 bilhões em bens e US$ 165 bilhões em serviços com o Brasil. A pesquisa conclui que a política tarifária atual é prejudicial para ambas as partes, especialmente para os americanos, e pede uma abordagem mais racional nas relações comerciais.