Na última quarta-feira (9), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa-base de 50% sobre todas as importações do Brasil, com início previsto para 1º de agosto. A decisão provocou uma mudança significativa no ânimo do mercado, levando analistas e estrategistas a revisarem suas estratégias de investimento em ações brasileiras. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, representando 12% das exportações e 15% das importações, totalizando US$ 40,3 bilhões em 2024.
Em relatório da XP Investimentos, liderado por Fernando Ferreira, foi destacado que a maior parte das exportações brasileiras para os EUA consiste em commodities, que podem ser redirecionadas para outros mercados, minimizando o impacto das tarifas. No entanto, as importações brasileiras incluem equipamentos de geração de energia, que têm uma composição menos concentrada. As ações da Embraer (EMBR3), Suzano (SUZB3) e Tupy (TUPY3) foram identificadas como as mais expostas às novas tarifas.
Os estrategistas da XP também alertaram para os efeitos indiretos da medida, como possíveis retaliações do Brasil, a escalada de uma crise geopolítica ou a possibilidade de um acordo comercial com os EUA. Além disso, o impacto sobre o câmbio e os fluxos de investimento direto estrangeiro (IDE) também será monitorado, especialmente em relação às eleições brasileiras de 2026. A XP apresentou uma carteira de ações, chamada "cesta XP de tarifas dos EUA", que acumulou alta de 17,3%, superando o Ibovespa, que teve alta de 9,6%.