O anúncio da sanção tarifária de 50% contra o Brasil, feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já provoca impactos significativos na economia nacional antes mesmo de sua implementação, marcada para 1º de agosto. Empresários e autoridades governamentais expressam preocupação com a instabilidade gerada, que já resulta em cancelamentos de contratos e paralisações em setores estratégicos, como o agronegócio e a indústria.
No Mato Grosso do Sul, quatro frigoríficos, incluindo JBS e Minerva Foods, suspenderam temporariamente a produção destinada ao mercado norte-americano, que representa 12% das exportações de carne do Brasil. O setor de piscicultura também está em alerta, uma vez que 99,6% da tilápia produzida no estado é exportada para os EUA.
Além disso, a produção de mel orgânico no Piauí foi severamente afetada, com o cancelamento de encomendas que totalizam mais de 500 toneladas. No Paraná, a indústria madeireira BrasPine anunciou férias coletivas para 700 trabalhadores, dado que os EUA são responsáveis por 42,4% das exportações brasileiras de madeira.
A Embraer, fabricante de aeronaves, estima perdas de até R$ 20 bilhões até 2030, caso a tarifa seja efetivada, uma vez que os Estados Unidos representam 45% das vendas de jatos comerciais da empresa. O governo federal já articula um comitê para discutir alternativas e mitigar os impactos da medida.