A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o país, a partir de 1º de agosto, provocou reações imediatas no Brasil. O Itamaraty convocou o encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar, na quarta-feira (9), para esclarecer a medida, que foi anunciada logo após uma nota da embaixada dos EUA em Brasília, alinhada ao discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No mercado financeiro, a notícia causou oscilações significativas. O economista Daniel Sousa destacou que a incerteza econômica aumentou, resultando em uma alta do dólar, que fechou a R$ 5,50 e subiu para R$ 5,60 na manhã seguinte. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Frente Parlamentar da Agropecuária manifestaram preocupações sobre os impactos da tarifa, afirmando que não há justificativa econômica para tal medida e alertando sobre os custos de insumos importados.
Analistas políticos, como Carlos Gustavo Poggio, ressaltaram que o Brasil mantém um superávit comercial com os EUA, o que torna a decisão de Trump, segundo eles, uma ação com motivações políticas. A medida é vista como um ataque à soberania brasileira e um episódio grave nas relações bilaterais, especialmente após a recente reunião dos BRICS, que defendeu o uso de moedas locais em transações comerciais.
A situação evidencia um momento de tensão nas relações entre Brasil e Estados Unidos, com repercussões que podem afetar a economia brasileira e a diplomacia entre os dois países. Especialistas afirmam que esse episódio pode ser lembrado como um marco negativo na história das relações bilaterais.