Os governos do México, Canadá, Reino Unido e França, além da União Europeia, registraram um aumento em suas taxas de aprovação após serem alvos de tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As medidas, anunciadas em uma carta datada de 9 de agosto, incluem tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com Trump alegando um suposto déficit comercial que, na realidade, não existe desde 2009. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi mencionado por Trump em defesa, em meio a uma ação penal que ele enfrenta no Brasil.
Desde o início de seu mandato, Trump tem utilizado tarifas como uma ferramenta de pressão, afetando até mesmo aliados. Embora tenha anunciado tarifas recíprocas contra diversos países, muitas delas foram adiadas ou restringidas a produtos específicos. A recente ameaça de novas tarifas ao Canadá e à União Europeia, divulgada em 10 de agosto, gerou reações no mercado, que passou a usar a expressão "Trump Sempre Amarela" para descrever a incerteza em torno de suas promessas.
Pesquisas indicam que as ameaças de Trump impactaram sua própria popularidade, com americanos preocupados com o aumento do custo de vida. Em contrapartida, líderes como a presidente mexicana Claudia Sheinbaum e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer viram suas aprovações crescerem. Na Europa, a confiança no bloco alcançou seu melhor resultado em 18 anos, com 52% da população apoiando a União Europeia.
Analistas, como Ian Bremmer, da consultoria Eurasia, acreditam que as tarifas podem beneficiar politicamente o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário do que Trump pretende. "Acredito que o tiro vai sair pela culatra", afirmou Bremmer, ressaltando que as medidas podem fortalecer a unidade e o patriotismo entre os países afetados.