Os Estados Unidos se consolidam como o segundo maior destino do etanol brasileiro, atrás apenas da Coreia do Sul. No entanto, a recente imposição de uma tarifa de 50% pelo ex-presidente Donald Trump pode comprometer essa relação comercial. Especialistas apontam que essa taxa pode elevar o custo do etanol brasileiro em até US$ 250 por mil litros, tornando-o menos competitivo no mercado americano.
Apesar de os EUA serem os maiores produtores de etanol do mundo, o país ainda depende das importações do biocombustível brasileiro, que é considerado menos poluente. Essa necessidade está ligada a metas federais e estaduais de redução de emissões de gases de efeito estufa, que incentivam a compra de etanol sustentável. O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Evandro Gussi, destacou que o Brasil já busca diversificar seus mercados, incluindo a Coreia do Sul e o Japão.
A tarifa de 50% se soma a um aumento anterior, que já havia elevado a taxa de importação de 2,5% para 12,5%. A partir de 1º de agosto, os importadores americanos enfrentarão um custo ainda maior, o que pode resultar em uma redução significativa nas importações de etanol brasileiro. Analistas alertam que essa situação pode impactar negativamente os programas de incentivo aos biocombustíveis nos EUA, que dependem da importação do etanol sustentável brasileiro para cumprir suas metas de descarbonização.