Uma nova crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos se intensificou após o governo americano anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo 77 mil tipos de frutas. A medida foi justificada como resposta ao tratamento judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado. A situação se agrava com a revogação de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
O brasilianista Brian Winter, editor-chefe da revista Americas Quarterly, avaliou que as tensões podem piorar antes de melhorar, destacando que não há sinais de recuo por parte do presidente Donald Trump. Winter acredita que o embate com o Brasil é visto como de baixo custo para Trump, que enxerga a situação de Bolsonaro como um reflexo de sua própria luta contra investigações nos EUA.
A escalada das animosidades pode ser acentuada caso Bolsonaro enfrente prisão, o que, segundo Winter, poderia levar Trump a utilizar todas as ferramentas disponíveis para intensificar a pressão sobre o Brasil. O analista também criticou a falta de diálogo entre os governos, ressaltando que, apesar de uma embaixadora competente em Washington, a comunicação entre os altos escalões tem sido escassa, o que dificulta a normalização das relações bilaterais.