A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, já causa impactos significativos na economia do Brasil, mesmo antes da implementação oficial, prevista para 1º de agosto. Setores como o de carnes, pescados e mel estão entre os mais afetados, com cancelamentos de encomendas e paralisações na produção em diversas regiões do país.
No Mato Grosso do Sul, frigoríficos como JBS, Minerva Foods e Naturafrig suspenderam a produção de carne destinada ao mercado americano, que representa 12% das exportações brasileiras do setor. A medida visa evitar prejuízos, uma vez que a nova tarifa tornaria as vendas inviáveis. Especialistas afirmam que, apesar da suspensão, os frigoríficos tentarão redirecionar a produção para outros mercados internacionais.
Além da carne, o Piauí também enfrenta dificuldades com a exportação de mel, que representa uma parte significativa da produção nacional. O Grupo Sama, uma das maiores exportadoras do produto, já cancelou grandes encomendas devido ao temor de que o mel chegue aos EUA após a entrada em vigor das tarifas, afetando cerca de 500 toneladas do produto. Já no Paraná, a indústria madeireira BrasPine anunciou férias coletivas para 700 funcionários, evidenciando o impacto das tarifas sobre o setor, que destina 42,4% de suas exportações ao mercado americano.
Essas mudanças geram incertezas não apenas nos setores diretamente afetados, mas também em diversas indústrias e regiões do Brasil, que veem as tarifas como uma ameaça à estabilidade econômica local. A situação continua a evoluir, à medida que os empresários buscam alternativas para mitigar os efeitos das novas tarifas impostas pelos EUA.