O anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros intensificou a polarização política nas redes sociais do Brasil. Segundo um levantamento da Palver, divulgado pela Folha de S. Paulo, grupos conservadores têm dominado o debate digital desde a divulgação da medida, com mais de 100 mil grupos analisados mostrando uma mobilização eficaz da direita. A narrativa predominante entre os usuários é de que o governo Lula falhou em sua diplomacia, resultando no isolamento do Brasil no cenário internacional.
A comunicação da direita tem reforçado a imagem de Jair Bolsonaro como um aliado dos Estados Unidos, enquanto Lula é retratado como responsável pelo atual isolamento do país. Reportagens que destacam a lentidão do governo brasileiro em responder às tarifas de Trump têm alimentado essa percepção, fortalecendo uma narrativa de fragilidade institucional sob a liderança do atual presidente.
Além disso, as redes sociais têm sido utilizadas para convocar atos de oposição, como o programado para 3 de agosto, que busca evocar a Lei Magnitsky como um símbolo de punição a ministros do Supremo Tribunal Federal, especialmente Alexandre de Moraes. Enquanto isso, a decisão judicial que impôs tornozeleira eletrônica a Bolsonaro tem gerado memes e sarcasmo na esquerda, mas a falta de uma narrativa coesa limita o impacto mobilizador desse conteúdo.
No campo bolsonarista, tensões internas também emergem, com figuras como o deputado Nikolas Ferreira enfrentando críticas por sua suposta moderação. Influenciadores como Paulo Figueiredo têm ganhado destaque com discursos polarizadores, desafiando tanto o STF quanto figuras conservadoras. A análise da Palver sugere que a direita tem sido mais ágil em explorar essa crise, transformando-a em uma oportunidade para reforçar suas pautas ideológicas e desgastar o governo Lula.