A Suzano, líder mundial na fabricação de celulose, enfrenta um desafio significativo após a decisão do governo dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto. De acordo com um levantamento do Goldman Sachs, 19% das vendas líquidas da empresa são destinadas ao mercado americano, o que torna a situação crítica para a companhia, que possui contratos de longo prazo com exigências específicas de qualidade.
Os especialistas alertam que, embora a Suzano possa contar com estoques locais para amortecer o impacto inicial, a continuidade das tarifas pode levar compradores a buscar alternativas em países como Chile e Uruguai. Em 2024, o Brasil exportou 2,8 milhões de toneladas de celulose de fibra curta para os EUA, representando 78% do consumo americano do produto, o que destaca a importância desse mercado para a empresa.
Jeff Patzlaff, especialista em investimentos, afirma que a tarifa comprometerá a competitividade da celulose brasileira, encarecendo o produto frente a concorrentes de outros países. Ele ressalta que o redirecionamento das vendas para outros mercados não é uma solução simples, devido à necessidade de negociações logísticas e adequações técnicas. A Suzano, que conta com mais de 50 mil funcionários, precisará adotar uma estratégia de médio a longo prazo para mitigar os impactos das tarifas, incluindo a diversificação de mercados e investimentos em produtos de maior valor agregado.