A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, anunciada para entrar em vigor em 1º de agosto, gerou intensa repercussão no Senado brasileiro. Parlamentares da base governista criticaram a medida, considerando-a um ataque à soberania nacional, enquanto a oposição responsabilizou o governo e o Supremo Tribunal Federal (STF) pela escalada da crise diplomática entre os dois países.
A Comissão de Relações Exteriores do Senado divulgou uma nota reafirmando o compromisso com relações internacionais estáveis e o diálogo, informando que mantém interlocução com a representação diplomática dos EUA e planeja enviar uma missão parlamentar a Washington. O comunicado enfatiza que "medidas comerciais devem ser tratadas com responsabilidade e dentro dos marcos do direito internacional".
Parlamentares aliados ao governo, como o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), defenderam uma resposta unificada do Brasil. Rodrigues afirmou que a polarização deve ser deixada de lado em momentos de ataque à nação, ressaltando a importância da soberania e da democracia. Outros senadores, como Alessandro Vieira (MDB-SE) e Eliziane Gama (PSD-MA), também se manifestaram, classificando a medida como uma agressão sem precedentes à soberania brasileira.
A decisão de Trump foi interpretada por alguns senadores, como Fabiano Contarato (PT-ES), como uma tentativa de interferência política em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, citando críticas do presidente americano ao STF e ao processo contra Bolsonaro. O senador Jaques Wagner (PT-BA) atribuiu a responsabilidade pela taxação ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmando que o Brasil não será subordinado a interesses estrangeiros.