O primeiro semestre de 2025 foi promissor para as ações brasileiras, que se beneficiaram de uma posição global favorável e da fraqueza do dólar americano. No entanto, a situação mudou drasticamente após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, em 9 de julho, de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, que entrarão em vigor em 1º de agosto. As tarifas, que superam os 10% anunciados anteriormente, foram justificadas por questões legais envolvendo o ex-presidente Bolsonaro e a relação comercial entre os dois países.
Em resposta, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, sugeriu a implementação de tarifas recíprocas, alinhadas à "Lei de Reciprocidade Econômica" aprovada em abril de 2025. O impacto imediato foi sentido no mercado financeiro, com o Ibovespa caindo 1,3% e o real se desvalorizando em 2,2%. As estrategistas do JPMorgan, Emy Shayo e Cinthya Mizuguchi, alertaram que, apesar do clima de incerteza, as tarifas não são um fato consumado, pois negociações podem ocorrer a qualquer momento.
Os setores mais afetados incluem Indústria e Materiais, com empresas como Embraer e Tupy enfrentando riscos significativos devido à sua exposição ao mercado americano. No setor de Papel e Celulose, a Suzano é a mais impactada, com 16% de suas receitas provenientes dos EUA. Apesar das incertezas, as estrategistas mantêm uma visão positiva para o futuro, destacando o potencial de afrouxamento monetário e as eleições de 2026 como fatores que podem impulsionar o mercado a médio e longo prazo.