BRASÍLIA – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, vinculando a medida ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe após a eleição de 2022. A decisão coloca o Brasil em uma posição delicada, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não possui autoridade legal para intervir no caso de seu antecessor, mas também revela uma resiliência econômica do país em relação a essa pressão externa.
Apesar da escalada nas tarifas, o Brasil apresenta uma exposição comercial relativamente menor aos EUA, com apenas 12% de suas exportações destinadas ao país norte-americano, em contraste com os 80% que o México exporta para os EUA. Diplomatas brasileiros afirmam que, embora as tarifas possam causar impactos, o Brasil não enfrentará as mesmas consequências severas que outras economias em desenvolvimento.
Analistas do mercado, como a ARX, consideram que o impacto macroeconômico sobre a economia brasileira será marginal e administrável. No entanto, instituições como o Goldman Sachs preveem uma possível redução do PIB brasileiro entre 0,3% e 0,4% caso as tarifas sejam mantidas. A situação é complexa, pois a motivação política por trás das tarifas dificulta uma negociação clara por parte do governo brasileiro, que já sinalizou a possibilidade de medidas recíprocas em resposta à decisão de Trump.