O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 9 de julho, sobre a imposição de tarifas de 50% a produtos importados do Brasil, gerou uma onda de desinvestimentos na Bolsa brasileira. Desde então, até 17 de julho, o mercado registrou oito sessões consecutivas de saída de recursos, totalizando R$ 6,372 bilhões, o que indica um cenário preocupante para o mês, que pode se tornar o pior julho desde 2021.
Analistas apontam que a politização da questão tarifária pelos EUA pode dificultar as negociações comerciais e colocar o Brasil em uma posição desfavorável no contexto global. A incerteza em relação à política monetária brasileira também aumenta, com a possibilidade de uma manutenção da Selic elevada, atualmente em 15% ao ano, impactando negativamente o valor das empresas e a atratividade da Bolsa.
Economistas destacam que a decisão de Trump não possui justificativa técnica, uma vez que os EUA mantêm superávit comercial em relação ao Brasil. A situação atual levanta preocupações sobre a sustentabilidade fiscal do país, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. O fluxo de capital externo, que havia sido positivo no primeiro semestre, agora enfrenta desafios significativos, colocando em risco a valorização do Ibovespa, que havia registrado um crescimento de 15,44% até então.