Especialistas alertam que a tarifa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, que pode entrar em vigor a partir de 1º de agosto, poderá forçar o Brasil a buscar novos parceiros comerciais para escoar sua produção de petróleo e gás. A medida, considerada a mais severa entre as novas tarifas impostas, preocupa o setor, que representa 18,8% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, segundo levantamento da XP Investimentos.
No primeiro semestre de 2024, o Brasil exportou aproximadamente R$ 2,4 bilhões em óleos brutos de petróleo para os EUA, o que representa o maior volume entre os produtos exportados. A eventual aplicação da Lei de Reciprocidade também poderá alterar a dinâmica comercial entre os dois países, embora analistas mantenham esperanças de que os EUA mantenham a isenção das taxas para combustíveis minerais brasileiros, garantindo estabilidade no setor.
Apesar do impacto potencial, especialistas acreditam que o Brasil pode redirecionar suas exportações para outros mercados, minimizando os efeitos das tarifas no médio e longo prazo. Regis Cardoso, da XP, afirma que o petróleo é uma commodity líquida com mercado global, o que facilita a redistribuição dos fluxos de exportação. David Zylbersztajn, ex-diretor da ANP, complementa que o Brasil provavelmente encontrará novos mercados, reduzindo a pressão sobre o consumidor final.