A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) alertou que as novas tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros terão um impacto significativo não apenas nos exportadores do Brasil, mas também nos consumidores americanos. O anúncio das tarifas foi feito na quarta-feira, 9 de agosto, após um período de 90 dias de suspensão das tarifas iniciais de 10%, e a nova alíquota entrará em vigor em 1º de agosto, a menos que haja uma reversão.
O presidente americano, Donald Trump, justificou a decisão alegando uma "relação comercial muito injusta" entre os dois países, afirmando que as políticas comerciais do Brasil resultaram em "déficits comerciais insustentáveis" que ameaçam a economia e a segurança nacional dos EUA. No entanto, a ABAG contesta essa justificativa, apontando que a balança comercial entre Brasil e Estados Unidos apresenta superávit para os americanos.
A ABAG enfatizou que a nova tarifa terá repercussões negativas em toda a cadeia produtiva do agronegócio brasileiro, com os setores de papel e celulose, carne bovina, suco de laranja, açúcar e café sendo os mais afetados. Em nota, a entidade expressou a expectativa de uma solução diplomática nas negociações bilaterais antes da implementação das tarifas, ressaltando que a questão é política e deve ser debatida entre as nações, já que a medida prejudica tanto os exportadores brasileiros quanto os consumidores dos EUA.