A recente decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros reacendeu o debate sobre o comércio internacional e as possíveis retaliações do Brasil. A medida, que visa pressionar o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal, foi considerada um "grave retrocesso" nas relações bilaterais por Magno Karl, diretor-executivo do movimento Livres.
Karl argumenta que responder a tarifas com mais tarifas reforça a lógica do protecionismo, alertando que o Brasil deve priorizar políticas que beneficiem os consumidores em vez de atender a interesses políticos. A aprovação da Lei da Reciprocidade pelo governo brasileiro, que permite a aplicação de medidas punitivas contra nações que prejudicam o comércio do país, é vista como uma resposta que pode ser tão prejudicial quanto a sanção original.
O cientista político destaca que essa abordagem pode afastar o Brasil de práticas diplomáticas multilateralistas, gerando insegurança jurídica e aumentando os custos para os mais pobres. Dados do Peterson Institute indicam que tarifas como forma de coerção política têm sido eficazes apenas em 23% dos casos, enquanto um estudo do National Bureau of Economic Research revela que tarifas elevadas podem resultar em aumentos significativos nos preços domésticos.
Karl defende que o Brasil deve repensar sua política comercial, enfatizando a importância da abertura gradual e estratégica para elevar a produtividade e reduzir preços. Ele conclui que o país deve ser um exemplo de diálogo e confiança nas instituições democráticas, em vez de seguir o caminho da retaliação.