A decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1° de agosto, gerou preocupação entre líderes europeus. O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung classificou a justificativa política de Trump, que menciona processos contra o presidente Jair Bolsonaro e a moderação em plataformas digitais, como um ato "imperialista". Especialistas alertam que essa medida pode abrir precedentes para ações semelhantes contra a União Europeia (UE).
A eurodeputada Anna Cavazzini, do partido Verde, destacou que os argumentos utilizados por Trump contra o Brasil podem ser facilmente aplicados à UE, que já enfrenta pressões americanas relacionadas à sua legislação digital e normas sanitárias. A Alemanha, em particular, expressou preocupação com a possibilidade de tarifas sobre sua indústria automotiva, que já enfrenta uma taxa de 25%.
Esse episódio acendeu um debate sobre a fragilidade das negociações transatlânticas, que foram prorrogadas até 1° de agosto. Enquanto Trump exige uma flexibilização das regras europeias, a UE resiste em abrir mão de suas legislações digital e ambiental. A resposta firme do Brasil pode influenciar a postura da Europa nas negociações em andamento.