Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado na terça-feira, 29 de julho de 2025, aponta que o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros, anunciado pelos Estados Unidos, poderá resultar em perdas econômicas superiores a R$ 19 bilhões em pelo menos seis estados do Brasil. As novas tarifas, que entrarão em vigor em 1º de agosto, afetam principalmente produtos industrializados, que representam 78,2% das exportações brasileiras para os EUA.
São Paulo é o estado que deve enfrentar o maior impacto, com uma perda estimada de R$ 4,4 bilhões e uma possível retração de até 2,7% no PIB, conforme afirmou o governador Tarcísio de Freitas. As exportações paulistas para os EUA totalizaram US$ 13,6 bilhões em 2024, representando 19% das exportações do estado, com forte concentração na indústria de transformação.
Outros estados do Sudeste e do Sul, como Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, também devem sofrer perdas significativas, variando de R$ 1,66 bilhão a R$ 1,9 bilhão. Enquanto isso, estados do Nordeste, como Bahia e Pernambuco, enfrentarão perdas menores, mas ainda relevantes, somando R$ 404 milhões e R$ 377 milhões, respectivamente.
A CNI e lideranças empresariais alertam para os efeitos em cadeia que o aumento das tarifas pode causar, incluindo perda de competitividade, redução de pedidos e ameaça de demissões. O presidente da CNI, Ricardo Alban, expressou preocupação com os impactos negativos nos setores produtivos estratégicos do Brasil, ressaltando a necessidade de negociação com o governo americano para mitigar os danos.