O aumento das tarifas imposto pelo governo de Donald Trump pode ter consequências significativas no mercado imobiliário corporativo do Brasil, especialmente nas lajes comerciais e centros logísticos. A consultoria RealtyCorp alerta que a redução nas margens de lucro das empresas exportadoras pode forçá-las a reavaliar suas estratégias, adiando investimentos e reduzindo operações, o que impactaria diretamente as áreas locadas.
Embora os efeitos não sejam imediatos, o mercado imobiliário, que recentemente apresentava taxas de vacância em queda devido à alta demanda, pode enfrentar um cenário desafiador no segundo semestre de 2023. Com mais de 5 milhões de metros quadrados em construção e entregas previstas para 2025 e 2026, a tendência de crescimento na procura por escritórios e galpões logísticos pode ser interrompida, afetando contratos em negociação.
Gerson Rodrigues, sócio-diretor da RealtyCorp, destaca que a devolução de espaços ocupados é o primeiro reflexo de uma desaceleração econômica, seguido pelo adiamento de novas locações e interrupção de planos de expansão. Mesmo setores considerados resilientes, como logística e distribuição, podem sentir os impactos do encarecimento das exportações, que pode reduzir o fluxo de produtos.
A incerteza gerada pela imposição de tarifas sem justificativa comercial clara tem levado o empresariado a adotar uma postura mais conservadora, resultando em menor disposição para investimentos de longo prazo. Rodrigues ressalta a importância de os players do mercado imobiliário monitorarem as movimentações macroeconômicas e comerciais, a fim de compreender como as mudanças nos setores exportadores podem afetar o portfólio imobiliário atual.