O aumento das tarifas comerciais impostas pelo governo Trump tem levado empresas brasileiras a buscar novos mercados para seus produtos. No primeiro semestre de 2025, 40% das exportações do Brasil foram destinadas apenas à China e aos Estados Unidos, evidenciando a dependência do país em relação a esses mercados. Produtos alimentícios, como carne, pescado e café, são os mais afetados, com os EUA absorvendo uma parte significativa das vendas brasileiras.
O economista André Galhardo destaca que redirecionar as exportações requer longas negociações e um entendimento profundo das relações comerciais entre os países. Por exemplo, a venda de carne para o Japão envolve mais de 20 anos de tratativas, refletindo a complexidade do comércio internacional. Além disso, o economista Hugo Garbe aponta que barreiras culturais, como a aversão ao consumo de carne bovina na Índia, dificultam ainda mais a busca por novos mercados.
Embora o setor aéreo brasileiro tenha conseguido conquistar novos clientes, a dependência do mercado americano permanece alta, com 65% das exportações do setor destinadas aos EUA no primeiro semestre deste ano. Especialistas sugerem que este momento de crise deve ser aproveitado para diversificar as relações comerciais do Brasil e investir em produtos estratégicos para o futuro da economia. A diversificação das exportações e a busca por mercados alternativos exigem planejamento a longo prazo e enfrentamento de desafios geopolíticos e regulatórios.