O adiamento do aumento das tarifas de exportação para a próxima quarta-feira (6) trouxe alívio temporário ao setor de exportação de carnes do Brasil. A medida, que visa elevar os custos em até 43% sobre o valor total das exportações para os Estados Unidos, estava prevista para entrar em vigor nesta sexta-feira (3), o que poderia impactar severamente um carregamento de 30 mil toneladas de carne, avaliado em US$ 160 milhões, já em trânsito para o país norte-americano.
Representantes da indústria de carnes, como o presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Roberto Perosa, estão em negociações com o governo para buscar soluções que minimizem os efeitos do tarifaço. A expectativa é que as conversas possam resultar em exceções ou flexibilizações que garantam a competitividade das exportações brasileiras no mercado internacional.
Atualmente, os embarques para os EUA são realizados majoritariamente por navio, com viagens que podem durar até um mês, dependendo do porto de destino. Com a tarifa já existente de 26,4%, a nova taxa elevaria o custo total para 76%, um índice considerado inviável para a indústria. O setor já sinaliza que novas remessas não devem ser enviadas enquanto o tarifaço estiver em vigor, o que pode inviabilizar o acesso a mercados estratégicos.
As negociações estão apenas começando, e a indústria considera a possibilidade de redirecionar a carne que não será mais enviada aos EUA para outros mercados. A continuidade das conversas com o governo é vista como essencial para evitar danos maiores ao setor exportador de carnes brasileiro.