A proposta de implantação da Tarifa Zero em Juiz de Fora, que visa oferecer transporte público gratuito, enfrenta desafios significativos. O projeto, enviado pela Prefeitura à Câmara Municipal no final de setembro, aguarda a conclusão de um estudo orçamentário solicitado pela Comissão de Legislação, Justiça e Redação, que ainda não foi iniciado. A pesquisa, contratada em maio por R$ 917 mil, está sendo realizada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e deve ser finalizada apenas em março de 2026.
Enquanto isso, a Câmara Municipal não definiu se prosseguirá com a análise do projeto sem o levantamento do impacto financeiro, o que levanta incertezas sobre a implementação da gratuidade no transporte público. Se aprovada, Juiz de Fora se tornará a primeira cidade brasileira com mais de 500 mil habitantes a adotar essa medida.
Empresários locais expressam preocupação com a proposta, que prevê que um fundo municipal de transporte, financiado principalmente por empresas com mais de 10 funcionários, custeie o sistema. Cada empresa pagaria uma tarifa mensal de R$ 250 por trabalhador, independentemente do uso do transporte. A Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora considera as discussões com a Prefeitura produtivas, mas alerta para os riscos financeiros que a medida pode representar para o setor.
O projeto ainda precisa passar por mais comissões antes de uma votação final, e já enfrenta resistência de vereadores, tanto da base do governo quanto da oposição. A discussão sobre a Tarifa Zero continua a gerar divergências, com alguns vereadores questionando a constitucionalidade da proposta e a responsabilidade dos empresários no financiamento do transporte público.